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Victoria and Albert Museum – Fashioned from Nature

De onde vem os materiais das roupas e acessórios que você está vestindo? Já parou pra pensar sobre como a indústria, ao longo de séculos, vem utilizando os recursos naturais na fabricação do vestuário?
O mercado de moda é, infelizmente, o que mais polui o meio ambiente e já falamos em outros posts sobre isso. Esse assunto vem tomando cada vez mais corpo e reunindo pessoas engajadas em mudar o cenário. Para entender um pouco mais de como a indústria vem se servindo da natureza na confecção das roupas está aberta no V&A a exposição ‘Fashion from Nature’, explorando a complexidade da relação entre moda e natureza desde 1600 até os dias de hoje, e levando as pessoas a repensarem a forma de ‘consumir’ moda.

E se hoje em dia um dos principais problemas enfrentados é a poluição da água através dos meios de tingimento dos tecidos, décadas atrás o ponto principal era a exploração dos animais, e isso fica claro logo na entrada da mostra, que está dividida em dois andares: No piso térreo estão e exposição peças usadas nos séculos passados, e no primeiro andar modelos contemporâneos e os problemas da atualidade.
No piso térreo você encontra acessórios, como leques, jóias e até mesmo botões de casacos produzidos em marfim, casco de tartaruga e madrepérola, vindos da África e Ásia. Chapéus, luvas, estolas e outros adereços feitos com pele e penas de animais, como as lontras. Entre todos esses objetos dois em especial me chamaram muito a atenção: Um vestido do século XIX em algodão branco todo bordado com aproximadamente 5.000 asas de besouro, que chamavam a atenção devido a sua cor e efeito translúcido. E o outro objeto é um par de brincos feitos com beija-flores vindos do Brasil. Não apenas as penas, mas todo o corpo do animalzinho foi usado. (Fico pensando como cada época tem suas esquisitices e tristezas.) Por conta de abusos como este já em 1891 foi criada na Inglaterra a Society for the Protection of Birds.
Mas nem tudo são reflexões tristes e ainda no andar térreo é possível ver como os livros de botânica e fauna eram os influenciadores da moda dos XVII e XVIII, inspirando os bordados da indumentária masculina e feminina. Há inclusive um livro sobre a influência do Kew Gardens. Há também explicações sobre como os vestidos da época sofriam alterações de modelagem ao longo dos anos e como isso era comum visto que a moda não se alterava tão rápido como é hoje e devido a demora para se produzir uma peça era impensável descartá-la se estava em boas condições de uso. Você também pode assistir a pequenos vídeos sobre o processo de fabricação dos tecidos, desde a colheita da matéria prima até o final do processo de fiação, como é o caso do linho, que por sinal é um dos materiais que menos agride o meio ambiente.
Já no andar superior você confere modelos de coleções contemporâneas, materiais sintéticos que substituem os naturais, processos atuais de tingimento e a luta contra a exploração da mão de obra e pela conscientização global, que neste caso é encabeçada pelo movimento Fashion Revolution. Vivienne Westwood, a estilista britânica e ativista ambiental deixa seu recado em um vídeo numa instalação que simula um protesto pela preservação do meio ambiente. Ainda neste sentido a mostra impulsiona o slow fashion, o reaproveitamento das peças e o do it yourself.

Se você está programando a sua viagem ou mora em Londres e se interessa pelo combo moda + preservação ambiental vale muito a pena conferir!
A exposição funciona diariamente, das 10am às 4pm, às sextas se estende até às 8:30 pm e vai até o dia 27/01/19. A entrada para o V&A é gratuita mas exposições itinerantes são pagas. O ingresso custa 12,00 e você pode comprar na hora, mas é sempre bom reservar antes e você pode comprá-lo on line no site do Victoria and Albert Museum: www.vam.ac.uk. O endereço é: Cromwell Road, London, SW7 2RL. A estação de metrô mais próxima é a South Kensington, na District Line (linha verde) e fica à 4 min de caminhada.

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